Primeiramente

Compartilhe:

Oi.

Será que é assim que se começa uma coluna mensal? Não faço ideia, mas achei que fosse a forma mais acertada: honesta e sem afetação.

Ainda estou me acostumando com essa ideia de ter sido convidado para escrever regularmente para alguém que não fosse um professor, quanto mais para uma grande audiência, mas, quando a Elsa, redatora aqui do Vida e uma velha amiga lá de Bernô City* (acho que vou acabar falando de Bernô quase tanto quanto falarei de deficiência e acessibilidade aqui, então, desde já, deixo o aviso), eu não pude resistir – “O tema é livre; a coluna, mensal”, disse ela, e aqui estou.

Tiremos da frente, então, aquelas informações vagas e perguntas incômodas que dominam o ar durante um primeiro encontro: meu nome é Victor, eu tenho 20 anos (recém completos, veja só você), sou estudante de Rádio, TV e Internet em São Paulo, mas sou Batateiro convicto. Ah, esqueci de falar: eu sou deficiente físico.

Nasci de 7 meses com um caso de PC que levou a um quadro de espasticidade; fiz algumas cirurgias e passei por anos de fisio e T.O. Hoje, minha manutenção física é através dos esportes. Uso órteses. Fica mais fácil assim, olha: se você vir um moleque com cabelo bagunçado e fones de ouvido, com a cabeça na lua, mancando pela Av. Paulista bem cedo de manhã, é bem provável que seja eu. Pode dar um ‘oi’.

Pronto, já passou.

É um prazer escrever sobre juventude e deficiência aqui, mas confesso que acho isso bem difícil: cada pessoa é uma pessoa e, dentro disso, cada jovem é um jovem e cada deficiência é uma deficiência. Cada corpo é um corpo, e eu só posso falar pelo meu corpo, pela minha bagagem, então quero apenas conversar, aprender com vocês e com meus colegas colunistas sobre a miríade de realidades que existem acerca desses tão complexos temas.

A verdade é que estou tão acostumado com minha ‘condição’ que não ligo muito e até tiro sarro de mim mesmo, então espero que esse diálogo que começo hoje com você que clicou no link seja um processo de descoberta e desconstrução para nós dois. Esse negócio de ‘estar acostumado’ pode até virar tema num futuro não tão distante. O que acha? Que comece a aventura.

Por hoje é só, pessoal – prometo que mês que vem será mais interessante.

Tchau for now.

*São Bernardo do Campo

Uma resposta para “Primeiramente”

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *