Mães fazem manifestação na capital em apoio a pessoas com deficiência

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Mães e entidades que apoiam pessoas com deficiência fizeram uma manifestação nesta quarta-feira (7) em Florianópolis. Elas repudiam a carta publicada pelo Sindicato das Escolas Particulares (Sinepe), como mostrou o RBS Notícias.

No documento, o Sinepe explica que é contra o Estatuto da Pessoa com Deficiência porque obriga as escolas particulares a receberem alunos com necessidades especiais e oferecer toda estrutura que eles precisam sem cobrar nada a mais das famílias.

Na carta, há frases sobre a capacidade das pessoas e até sugere possível comportamento agressivo, como uso de armas.

Manifestação

Durante a manifestação, as mães abraçaram a figueira da Praça XV, no Centro da capital. "A gente espera mais respeito, mais humanidade, mais solidariedade com as pessoas com deficiência. Inclusive, a gente quer mostrar o nosso lado também, que a gente luta muito pela inclusão dos nossos filhos", disse Maria Aparecida Goulart, mão de um autista.

A Câmara de Vereadores de Florianópolis participou do abraço e aprovou na terça (6) uma moção de repúdio à carta.

O Ministério Público também pediu que o Sinepe publique uma outra carta admitindo que a inadequação da linguagem.

O sindicato informou nesta quarta que está escrevendo uma nota de esclarecimento, em que se mantém contra o Estatuto da Pessoa com Deficiência, mas reconhece que usou linguagem severa e palavras deselegantes.

Carta

Na carta, o Sinepe/SC afirma que só instituições especializadas estariam preparadas pra educar essas crianças sem "charlatanismo". Pela lei federal, toda escola deve adaptar sua estrutura até 2016 para receber os alunos com necessidades especiais.

Sobre a capacidade dos alunos, a entidade questiona em trechos: "Há condições de um autista ou alguém com idade mental reduzida e psicológica ser Presidente da República? (…) É possível um cego ser piloto de avião? (…) Como proceder diante de alunos que, sem capacidade de discernir, armado, ameaça os colegas?".

Repúdio

A OAB e entidades repudiaram o documento. "A carta é preconceituosa, mas principalmente criminosa", disse a presidente da comissão de Direito das Pessoas com Deficiência OAB-SC, Ludmila Hansich.

"Caso você pegue uma pessoa com deficiência e não está preparado, vai tratar de se preparar. É de responsabilidade da escola, da sociedade, do governo. Então, não tem ainda o preparo, vamos buscar", afirmou Vera Lopes, da Associação de Pais e Amigos de Autista de Florianópolis.

"A inclusão feita de uma maneira adequada, com a escola preparada, tendo todo o apoio pedagógico necessário, ela vai dar muito certo sim. Tanto pra criança, quanto pra comunidade escolar", defende a neuropsicopedagoga Mariele Finatto.

Debate nacional

A Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino (CONFENEN) é contra a lei,  e entrou com uma ação inconstitucionalidade no Superior Tribunal Federal (STF) .Essa semana,  a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) entrou na discussão e quer acompanhar de perto esse julgamento.

Fonte: G1

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