É Natal…

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Então é Natal… Em breve, sentiremos o perfume do peru que doura no forno lentamente se espalhar pela casa. Abriremos todos os potes de frutas em calda para enfeitarmos o tender que assou no forno com calda de laranja e mel.

Embrulharemos todos os presentes que compramos e faremos lindos laços para enfeitar os pacotes. As crianças esperarão ansiosas para saberem se o Papai Noel as contemplou com o pedido de Natal escrito na cartinha e deixado na caixa de correio. E as crianças que não ganharem se sentirão culpadas por não terem sido boazinhas o suficiente para o Papai Noel dar-lhes o tão sonhado presente – afinal, muitos querem que nossas crianças acreditem que presente é uma questão de merecimento, e não de possibilidade financeira dos pais.

Toda cidade já está devidamente enfeitada. As luzes natalinas brilham aos quatro cantos e canções festivas podem ser ouvidas nos centros comerciais mais chiques da cidade e nas áreas de comércio popular. Todos felizes , em busca do presente perfeito ou daquele que cabe no bolso. Quer dizer, nem todos…

Aqui da minha janela, vejo uma movimentada rua de comércio, pessoas passam rapidamente, de um lado para outro, com suas sacolas de compras, desde a adolescente que veio comprar presente para o namoradinho do momento até a vovó que está comprando presentes para todos os netos. As pessoas correm apressadas de um lado para o outro, mesmo as que não têm razão para ter pressa têm – afinal, todos estão correndo.

Por mais tempo que passe, na janela, não vejo cadeirantes. Talvez o chão feito de pedras portuguesas atrapalhe o ir e vir, talvez as lojas apertadas em seu interior não comportem a largura de uma cadeira de rodas, talvez seja o degrau na porta acompanhado pela ausência de rampa que afaste esses cidadãos consumidores. É, ainda não é um Natal para todos.

Nesse Natal, temos algumas razões para comemorar. Afinal, foi em 2015 que a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência foi aprovada. É a luz no fim do túnel ou o começo de uma longa batalha para que os direitos lá assegurados sejam garantidos.

Nem nas festas de confraternização das empresas, o direito de todos estarem presentes é garantido. Infelizmente, ainda não é raro restaurantes e espaços para eventos sem acessibilidade. E, tudo bem, não é comigo, certo? Errado, ainda não é com você e é com seu amigo, aquele que trabalha na baia ao seu lado e te diz bom dia.

Ah, especiais de final de ano na televisão e o show do Roberto Carlos… esses são para todos. Ops, errado, mais uma vez. A tecnologia assistiva ainda não está disponível, apesar de a televisão 3D te deixar dentro do show do Rei.

Pois é, ainda não temos um Natal para todos, mas quem sabe em 2016 tenhamos.

Que venha o novo ano recheado de novas possibilidades e novos acontecimentos!!!!

UM FELIZ NATAL A TODOS E UM NOVO ANO REPLETO DE SONHOS A SEREM REALIZADOS E DE MOTIVOS PARA SORRIR!!!!!!

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