No último dia 21, marcamos a luta de 45,6 milhões de pessoas com deficiência que vivem em nosso país. População que nos últimos tempos tem passado por importantes transformações na maneira de participar de ações na sociedade.
O brasileiro com deficiência, antes invisível perante os olhos do Poder Público, já busca espaços antes impensáveis, a começar pela crescente participação dessas pessoas pleiteando, inclusive, cargos públicos.
Esses candidatos estão dispostos a trabalhar pela acessibilidade no local onde vivem e são a prova de que o cidadão com deficiência está mais engajado e disposto a transformar não só a sua vida, mas a de outras pessoas.
Esta inversão de papéis subtrai da pessoa com deficiência o papel de ‘coitadinho’ e a coloca como um agente ativo de seu meio. Eu mesma nunca pensei em entrar para a política. Mas vi que meu trabalho como ongueira poderia ser ampliado para muito mais pessoas se de fato eu estivesse exercendo um cargo público.
A diferença entre uma nação inclusiva e uma que segrega está exatamente neste olhar. Um governo que adota políticas públicas que respeitam a diversidade humana não está beneficiando apenas um grupo, está contemplando o respeito às diferenças e as necessidades de cada um. Respeitar direitos não é assistencialismo.
Pensem que Londres, sede dos jogos paralímpicos, já fulgurava entre uma das cidades mais acessíveis do mundo, hoje, criou um legado de respeito à diversidade humana, que, inevitavelmente, fará parte do olhar e pensamento de toda a sua população.
Uma cidade projetada para atender cadeirantes e cegos é apta para receber idosos. Assim como uma criança que convive com outra criança que tem deficiência será no futuro um adulto mais consciente, desprovido de preconceitos. Esse ciclo incita a pessoa com deficiência a agir diretamente no crescimento de antigas e futuras gerações. Vamos refletir sobre o quanto ainda podemos contribuir em prol de um País de muito mais respeito para todos.