A política nacional de educação resguarda a todos o direito à educação, independente de gênero, classe social, etnia, idade ou condições físicas e intelectuais. Mas atenção, estar na escola é diferente de estar matriculado na escola (acho que já disse isso em outro texto, mas acho absolutamente pertinente e necessário que todos nós compreendamos isso), estar na escola implica fundamentalmente na apropriação do saber e das oportunidades de educação oferecidas a todos os alunos a despeito da diversidade encontrada entre os estudantes.
Hoje não esperamos da escola o compromisso único de produção de um saber construído, esperamos a formação de cidadãos críticos, participativos e criativos. Vivemos em um mundo plural e com necessidades plurais, e o primeiro ensaio da criança para esse mundo de respeito à diversidade é a escola, um ensaio à cidadania. Mas, afinal, o que é ser cidadão? Segundo o Dicionário Aurélio cidadão é 1 – um indivíduo no gozo de direitos civis e políticos de um Estado, ou no desemprenho de seus deveres para com estes; 2 – habitante da cidade; 3 – indivíduo, homem, sujeito. Portanto, ser cidadão é ter direito a vida e todas suas possibilidades.
Formar cidadãos implica em tornar consciente o fato de que nem todos aprendem da mesma forma. Pode parecer estranho, à princípio, o tornar consciente, já que todos supostamente sabem que precisamos mudar modelos preestabelecidos e consolidados para propostas mais flexíveis de currículos e de modos de aprendizagem.
Uma das questões mais discutidas diz respeito ao processo avaliativo, já que ele é de relevante importância, não apenas para saber o que a criança aprendeu de determinado conteúdo, mas, fundamentalmente para nortear as decisões pedagógicas e retroalimentá-las, sendo essa uma importante peça nas adaptações curriculares. Do ponto de vista do alunado, a avaliação deve prever os aspectos do desenvolvimento biológico em todas suas vertentes, o nível de competência curricular e o estilo de aprendizagem, como motivação, capacidade de atenção, interesses acadêmicos, estratégias próprias de aprendizagem, tipos de preferências de agrupamentos que facilitam a aprendizagem e condições físico-ambientais mais favoráveis para aprender. Quanto ao contexto educacional o processo deve avaliar o contexto da aula, metodologia, organização, procedimentos didáticos, atuação do professor, relações interpessoais, individualização do ensino, condições físico-ambientais, flexibilidade curricular etc, além do contexto escolar, isto é, projeto pedagógico, funcionamento da equipe docente e técnica, currículo, clima organizacional, gestão etc.
Não basta incluir, temos que pensar claramente sobre a inclusão e de como torná-la eficiente acima de tudo.