Handtalk

Meu nome é Danilo Beltrão. Moro aqui na cidade de Suzano, São Paulo.

Sou educador pela Prefeitura de Suzano há 7 anos e também desenvolvo trabalho voluntário em uma ONG aqui na minha região, onde eu ensino pessoas com deficiência visual a navegar na internet em seus smartphones para consultar as suas notícias, ver vídeos no YouTube e conseguirem fazer isso com facilidade e autonomia.

Eu quero falar com vocês rapidamente sobre algumas coisas que eu percebo na minha navegação e no meu convívio com pessoas com deficiência que também fazem uso da web.

O primeiro ponto, eu gostaria de falar para vocês que eu uso a internet para muitas coisas.

Tanto para compras, para redes sociais, notícias, para leitura de livros. E é muito bom.

A web está aí para nos servir, mas é uma pena, também, que nós encontramos sites que não são totalmente acessíveis. Sites que são verdadeiras barreiras para nós, deficientes.

Por quê? Por exemplo, eu vou dar um exemplo na deficiência visual.

Eu tenho cerca de 5% de visão e a minha visão, ela dói.

Meu olho dói quando eu abro uma página que tem um fundo branco muito forte, por exemplo.

O que acontece? Se, nesse site, tivesse a opção de ativar um alto contraste, para mim, seria muito positivo isso. Para outras pessoas, uma opção de ampliar um pouco a fonte.

Ou, para outras pessoas, que têm daltonismo, por exemplo, você fala “clique no botão azul”, “clique no botão verde” e “no botão vermelho”. Essa pessoa que é daltônica não vai conseguir distinguir e vai encontrar um empecilho na navegação. Por isso, essas barreiras acabam limitando as pessoas com deficiência de usufruírem seus direitos de navegação, também.

Mas existem bons sites, e existem ótimos exemplos também de pessoas que se preocupam.

Pessoas que colocam os botões certinhos. Pessoas que colocam a descrição das imagens.

Se a web fosse acessível, totalmente acessível, eu creio que nós, pessoas com deficiência, seríamos como se não tivéssemos a deficiência navegando na web. Ou seja, o que vocês, que enxergam, conseguem fazer com facilidade, nós também, deficientes visuais, através dos nossos leitores de tela, conseguiríamos navegar, conseguiríamos comprar, conseguiríamos nos relacionar.

Mexer com currículos, compra de livros e materiais, o que nós quiséssemos, sem problema algum. Não teríamos essa discussão de uma web acessível. Isso já seria pensado desde o início, idealizado pelos desenvolvedores. E é pensando nos desenvolvedores que eu quero deixar um recadinho também: eu quero dizer que nós, deficientes visuais – eu estou falando visuais porque é o meu caso, mas as demais deficiências também concordam comigo, porque a gente sofre bastante.

Os desenvolvedores pensarem na hora de desenvolver um site. Pensem no ser humano, tendo ele uma deficiência ou não tendo ele uma deficiência. Nós precisamos navegar, nós precisamos comprar.

Não pensem, também, só na parte do cliente, embora as pessoas com deficiência fazem parte de um mercado em potencial. Essas pessoas compram. Essas pessoas se relacionam na internet. Essas pessoas interagem pelas mídias sociais, e é importante, quando for pensar em um site, pensem nas pessoas com deficiência de uma forma geral.

Pensem nos botões, pensem nos gráficos, pensem nos links. Pensem nos atalhos, atalhos de teclado, que nós, deficientes visuais, utilizamos muito atalho de teclado. Não usamos o mouse para navegação. Então coloque no topo da página os atalhos de teclado.

Facilite nossa vida na internet. Uma web para todos, ela é possível. Mas ela não é possível só comigo e nem só com você, mas sim com todos nós.

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Meu nome é Danilo Beltrão. Moro aqui na cidade de Suzano, São Paulo.
Sou educador pela Prefeitura de Suzano há 7 anos e também desenvolvo trabalho voluntário em uma ONG aqui na minha região, onde eu ensino pessoas com deficiência visual a navegar na internet em seus smartphones para consultar as suas notícias, ver vídeos no YouTube e conseguirem fazer isso com facilidade e autonomia.
Eu quero falar com vocês rapidamente sobre algumas coisas que eu percebo na minha navegação e no meu convívio com pessoas com deficiência que também fazem uso da web.
O primeiro ponto, eu gostaria de falar para vocês que eu uso a internet para muitas coisas.
Tanto para compras, para redes sociais, notícias, para leitura de livros. E é muito bom.
A web está aí para nos servir, mas é uma pena, também, que nós encontramos sites que não são totalmente acessíveis. Sites que são verdadeiras barreiras para nós, deficientes.
Por quê? Por exemplo, eu vou dar um exemplo na deficiência visual.
Eu tenho cerca de 5% de visão e a minha visão, ela dói.
Meu olho dói quando eu abro uma página que tem um fundo branco muito forte, por exemplo.
O que acontece? Se, nesse site, tivesse a opção de ativar um alto contraste, para mim, seria muito positivo isso. Para outras pessoas, uma opção de ampliar um pouco a fonte.
Ou, para outras pessoas, que têm daltonismo, por exemplo, você fala “clique no botão azul”, “clique no botão verde” e “no botão vermelho”. Essa pessoa que é daltônica não vai conseguir distinguir e vai encontrar um empecilho na navegação. Por isso, essas barreiras acabam limitando as pessoas com deficiência de usufruírem seus direitos de navegação, também.
Mas existem bons sites, e existem ótimos exemplos também de pessoas que se preocupam.
Pessoas que colocam os botões certinhos. Pessoas que colocam a descrição das imagens.
Se a web fosse acessível, totalmente acessível, eu creio que nós, pessoas com deficiência, seríamos como se não tivéssemos a deficiência navegando na web. Ou seja, o que vocês, que enxergam, conseguem fazer com facilidade, nós também, deficientes visuais, através dos nossos leitores de tela, conseguiríamos navegar, conseguiríamos comprar, conseguiríamos nos relacionar.
Mexer com currículos, compra de livros e materiais, o que nós quiséssemos, sem problema algum. Não teríamos essa discussão de uma web acessível. Isso já seria pensado desde o início, idealizado pelos desenvolvedores. E é pensando nos desenvolvedores que eu quero deixar um recadinho também: eu quero dizer que nós, deficientes visuais – eu estou falando visuais porque é o meu caso, mas as demais deficiências também concordam comigo, porque a gente sofre bastante.
Os desenvolvedores pensarem na hora de desenvolver um site. Pensem no ser humano, tendo ele uma deficiência ou não tendo ele uma deficiência. Nós precisamos navegar, nós precisamos comprar.
Não pensem, também, só na parte do cliente, embora as pessoas com deficiência fazem parte de um mercado em potencial. Essas pessoas compram. Essas pessoas se relacionam na internet. Essas pessoas interagem pelas mídias sociais, e é importante, quando for pensar em um site, pensem nas pessoas com deficiência de uma forma geral.
Pensem nos botões, pensem nos gráficos, pensem nos links. Pensem nos atalhos, atalhos de teclado, que nós, deficientes visuais, utilizamos muito atalho de teclado. Não usamos o mouse para navegação. Então coloque no topo da página os atalhos de teclado.
Facilite nossa vida na internet. Uma web para todos, ela é possível. Mas ela não é possível só comigo e nem só com você, mas sim com todos nós.