
Não sei se é uma bela história, mas é uma história que muitos esperam que aconteça. Há momentos em nossas vidas que vemos que o amor não é para apenas os "outros" e que mesmo nós cadeirantes, temos o direito de ter esse amor e tudo acontece sem ao menos perceber. Eu era uma pessoa que buscava esse amor em inúmeros lugares, longe no meio virtual, perto num meio físico, mas que inúmeras vezes não fui feliz nessa procura. Muitas pessoas me negaram esse amor por ainda acharem que não era dignas dele e que não iriam corresponder a ele como acharam que eu iria cobrar mais tarde. Até que um dia, quando participava de um movimento para pessoas com deficiência, conheci a pessoa que iria me completar nessa jornada triunfante e linda.
Marley Cristina Felix Rodrigues fez eu ver o mundo por outra perspectiva, tanto no intuito do amor entre dois corpos, tanto na perspectiva de uma visão espiritual. Mas o que é o amor verdadeiro? Numa visão realista, seriam muitas coisas em comum, coisas que dois corpos têm em comum, dois corpos que se unem para um só momento. Não sei se é o corpo, mas nosso amor vem da alma, vem de um querer muito um ao outro e compartilhar sonhos, compartilhar até mesmo uma vida. Num modo como as pessoas veem um "amor" é de uma maneira materialista, pois não se ama só o corpo, mas também o sentimento, os conceitos e como as pessoas são de verdade.
Graças a esse amor, muito temos escrito sobre a inclusão, nos transformamos em filósofos que discutem o que realmente acontece com as pessoas com deficiência e não "vernizes" que gostam tanto de pôr no meio do segmento. Tanto que tudo que escrevemos está no livro Liberdade e Deficiência que está neste link.
Esse é mais um sonho que tínhamos em comum, muitos outros se realizaram, como nosso movimento da Irmandade da Pessoa com Deficiência no blog http://irmandadedef.wordpress.com/, onde fazemos o que realmente acreditamos e no melhor de tudo, o amor que temos um ao outro. Nesse período, enfrentamos barreiras arquitetônicas, barreiras conceituais, barreiras religiosas e barreiras familiares/psicológicas, que é a pior de todas, pois é a maior barreira para que o deficiente tenha uma vida saudável. Mas diante de tudo isso, somos felizes e nos amamos, somos muito parecidos em maneiras de ver a vida, de ver o amor, pois quando estamos juntos, até nossas cadeiras de rodas, namoram.