Recebi uma criança especial e agora o que devo fazer?

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Hoje vou compartilhar com vocês o lindíssimo texto de uma grande amiga minha. Andréa é fonoaudióloga, esposa e mãe de Pedro, de nove anos, e da Marina, de quatro.

Dia desses, fui no aniversário de um ano do Gabriel, filho de outra grande amiga nossa. Nesse aniversário, a Andréa que estava grávida, falou: “Esse bebezinho aqui que estou esperando é especial, ela tem Síndrome de Down”. A primeira reação que tive foi dizer que a Marina não poderia ter sorte maior de ter ela como mãe, afinal, filhos especiais são enviados para mães especiais.

Andréa é uma mãe engajada que ajuda outras mães de filhos especiais. Nem por isso foi fácil o processo de escolarização da Marina e a escolha pela escola ideal. Abaixo, segue um breve relato dessa grande mãe e mulher.

Recebi uma criança especial e agora o que devo fazer?

A quem devo procurar? Como posso ajudar? Estas deveriam ser as dúvidas de uma escola que está começando (ou se propondo a…) a receber alunos nas condições de” Especiais” ou talvez estas deveriam ser as dúvidas das escolas antes de iniciarem o processo de inclusão a que este nosso país refere estar passando!!!

Porém, na contra mão dos fatos que ocorrem ou que deveriam estar acontecendo, nossas escolas e porque não dizer a sociedade, nem começaram a pensar sobre isto…

As escolas estão desamparadas e despreparadas para receber crianças denominadas especiais. Os pais também se encontram na condição de órfãos de educação para seus filhos. Eu, na condição de mãe de uma criança com Síndrome de Down, me encontro à deriva num oceano de dúvidas e incompetências!

O Estado que deveria amparar tais famílias e escolas, simplesmente agem como a figura dos três macaquinhos… “Nada vejo, nada ouço e nada falo!” E assim caminha a educação especial!

Um dia, acreditei que teríamos um mundo melhor para nossos filhos ao ver a evolução tecnológica a que o mundo se depara, mas isto não é real nos lares de milhões de brasileirinhos que nasceram um pouco diferente de outras crianças. O que dizer ao meu filho de nove anos que não tem nenhuma deficiência quando ele me questiona o motivo destes amiguinhos não estarem com eles nas escolas regulares. E ele, meu pequeno ainda completa: “Mas mãe eu não vejo nada de diferente neles!!!! Eles brincam que nem eu!!!!”

Sinto-me envergonhada quando observo pais em sua busca incessante por educação a seus filhos especiais. Sim, ENVERGONHADA! Porque sou brasileira e nada consigo fazer por eles. Mas chegou a hora de levantarmos a nossa bandeira! Mãos à obra e vamos à luta que o amanhã vai raiar e, cheia de esperança, por eles eu vou lutar com as armas que eu tiver.

Luto, sim, por todos eles, pelos sorrisos que recebo ao chegar perto deste seres humanos de luz.

Luto por você, minha filha escolhida, minha orquídea rara!

Luto porque acredito no ser humano e na sua capacidade de AMAR! E digo a vocês que ser mãe de uma criança com deficiência não nos torna melhores do que os outros, mas confesso a vocês que dentro de nós há uma força imensa chamada AMOR e esta ninguém pode segurar!

Andréa de Cerqueira Lima Ribeiro Pontes

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